Sinopse:
LAMA anuncia a invenção da pessoa. Das profundezas de um rio ou pela transformação da chuva é que surge a matéria prima e a possibilidade de ser corpo.
Corpo este que vivencia e reaprende suas relações com os objetos, com o outro, com as emoções e conflitos do mundo. O que é amor ? O que é violência? O que é gênero? Quem sou e quem posso ser ? LAMA traz essas perguntas sendo moldadas por seres que vivem no entre a vida, morte e seus mistérios, seres esses que vieram do balançar de um ibiri.
Release:
A partir das simbologias de Nanã, Orixá este que detém dos poderes e mistérios da vida, morte e seu ciclo de existência, a mais velha e sábia, LAMA do Núcleo Ajeum traz como proposta de investigação as possibilidades de reinvenção do corpo e seu retorno para uma reelaboração de comunidade matrigestora que compreende o gestar e a pulsão feminina de existência enquanto estratégia de renascimento.
O Núcleo cria uma encruzilhada nas discussões a partir do que Cleonora Hudson traz enquanto concepção do mulherismo africana e suas estruturas de funcionamento e compreensão de povo, onde “cria critérios próprios (mulheres negras africanas) para avaliar ações e pensamentos, pensando uma comunidade materno-centrada a partir da realidade social de liderança de mulheres negras nas nossas comunidades, principalmente nas realidades afro-brasileiras”. Nanã, a partir da lama e de seus poderes cria e molda o ara/corpo. Entrega a matéria prima para esta criação e depois a recolhe quando o fim desta vida chega. Liderando a conscientização do ciclo entre vida e morte.
A partir dessa criação é que redescobrimos a possibilidade de ser corpo e de revivenciar a vida e suas fricções.




